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REFLEXÕES

ASAP

27-01-2022

A vida de hoje é uma corrida permanente contra o tempo.

Agora que passou o Natal, damos conta da quantidade de presentes distribuídos às nossas crianças. Acho sempre que são demasiados.

Os meus Pais não tinham capacidade económica para me comprar muitos livros e era uma festa quando os recebia no Natal e no aniversário. Deste modo, logo que aprendi a ler, praticava a partilha com amigas e colegas mais abastadas: Os Cinco de Enid Blyton, As Mulherzinhas de Louisa May Alcott, todos os de Julio Verne e tantos outros.

Há frases que te marcam, frases que uma vez ouvidas ou lidas te ficam gravadas na memória.

Nos primeiros anos da minha vida profissional leccionei Português, estando incluídos vários livros do Plano Nacional de Leitura: Sophia de Mello Breyner Andersen, Luísa Ducla Soares, António Torrado, Maria Alberta Menéres, Maria Vieira, entre outros.

O autor cria a sua obra. Logo que transita para o leitor ganha múltiplas facetas, de acordo com a interpretação do destinatário. Apela à visualização e ao sonho, é mágico pelas inúmeras histórias e "pessoas" / personagens que se conhecem, pelo poder de sedução que exerce.

Em 2014, um de meus romances foi traduzido para o castelhano e publicado no México. O título original, em português, é "Pretérito quase Perfeito". Gosto do título, que, com uma referência ao tempo verbal - pretérito mais que perfeito - lança uma subtil luz sobre um aspecto do conteúdo da trama que me parece (ao menos me parecia, quando escrevi...

Por isso, o solo que nos pode parecer estável, transforma-se num ápice em instável e aquilo que às vezes nos pode parecer o fim, é afinal o princípio.