Poesia # 2 - O Perdão
Perdoo te ou peço te desculpa?
Foste tu ou fui eu?
Foi o quê?
Já não me lembro.
E isso importa?
Primeiro tentei tolerar
E nem a raiva ou o desespero
Conseguiram assentar.
Desisti agastada. Ensaiei a
Compaixão recomendada.
Olha o mal que faz
A sina fadada.
Tentei então reconciliar
O nó na garganta
O aperto no estômago
As entranhas revolvidas
Como viver o desígnio do tóxico
Com o próximo?
Finalmente tentei esquecer
Empurrar para baixo, para longe
Para o fundo da memória
Para o fingimento da indiferença
Para a arte da dissociação.
Perdoar o quê?
Peco desculpa de quê?
Vivi e errei
Errámos.
Errámos porque somos!
Hoje perdoei.
Estamos aqui
Vivendo a vida que nos assiste como humanos.