Animais de estimação, uma boa aposta!
Os animais domésticos sempre estiveram próximos dos humanos independentemente da faixa etária. A ligação entre as pessoas e os animais domésticos é, desde há muito, uma aliança de vida e para a vida, como animais de trabalho, de criação e, mais de tarde, de companhia e de estimação.
Com a sociedade industrial e urbana, o convívio foi-se desvanecendo. Nas últimas duas décadas, ressurge em força a presença de animais domésticos nas nossas casas, grosso modo, como fator de estimação, terapêutico e de estatuto social.
Quando somos crianças, a ligação com o animal de estimação (seja cão ou gato - os mais procurados-, pássaro, cágado, coelho, ou outros) é afetiva e lúdica, e uma aprendizagem para a responsabilidade. Quando somos adultos, são o espelho de quem somos. Ter um bicho em casa é, acima de tudo, um compromisso e uma responsabilidade; Com estes conceitos bem arreigados e praticados ter a companhia dele é uma dádiva. Quem não dá um bom dia à tartaruga e não fica encantado com a cabecinha que se vira?
Atualmente, muito se fala e se escreve sobre o impacto da convivência do idoso com um animal de companhia na saúde mental e física, no bem-estar de quem já pode ter algum condicionamento e, quiçá, vive só. Sem dúvida, uma partilha e um laço afetivo incondicional. Mas quer tenha oito ou oitenta anos, há que pesar muito bem os prós e os contra. Acolher um animal não é como tomar um comprimido. Não deve e não pode haver falhas. O animal não pode ficar negligenciado, e não deve e não pode ser um fator de enervamento, de conflito e de atrapalhação para quem o acolhe.
Nas revistas e na internet há inúmeros artigos e estatísticas sobre os benefícios da companhia destes seres cativantes: o combate à solidão, o estabelecimento de rotina, a redução do stresse, ter um propósito, entre outros. No caso do cão, que necessita de ir à rua, fomenta o exercício físico e atividades ao ar livre, diálogos com outros passeantes e, eventualmente, novos conhecimentos e até amizades. Os cães são, potencialmente, promotores sociais. Todos os animais são comunicadores: quem não responde ao periquito?
Se procura um animal de companhia, quer seja a primeira vez ou não, deve ponderar se está consciente e disponível para a mudança do seu quotidiano. E temos três aspetos importantes a considerar, que são:
- A sua idade;
- A sua condição física;
- A sua condição financeira.
Detalhando:
- Adotar um animal proveniente de uma instituição, ou de outra origem, é sempre um compromisso e uma responsabilidade. É indispensável que tenha uma rede de apoio, sobretudo se vive só. Os familiares, os amigos, os vizinhos, a empregada ou outros prestadores de serviços afins devem fazer parte do plano. Hoje tudo está bem, amanhã não sabemos;
- O género de animal depende da nossa condição física (e também das nossas caraterísticas e afinidades). Cão, gato, pássaro, cágado, coelho, ..., todos precisam de cuidados, têm necessidades específicas, e acarretam tarefas diferentes. Precisa de treino, não precisa; cai pelo, não cai; muita ração, pouca ração, a gaiola é pequena ou suficiente, e por aí adentro. A não ser que seja muito audacioso, as opções de médio e grande porte e as crias não são aconselháveis;
- Ter um animal de companhia tem custos, dependendo do género. Alimentação, cuidados de higiene e de saúde, e acessórios, têm impacto no orçamento. Mais ainda se necessitar de apoio e não tiver quem o faça por amor ou amizade. Pondere se poderá fazer face a despesas adicionais com problemas de saúde do bicho ou com custos por contratação de serviços.
O segredo está na sua escolha. Escolha bem-feita, boas vivências sem limite. E eu, que assino, e que desde criança, com alguns interregnos, coabitei com cães, gatos e periquitos, tenho bem consciente esse sentimento de pertença, de alegria e de incentivo que os meus amigos me (nos) deram. Sem reclamarem e sempre atentos.
Alexandra Carvalho