As terças com Morrie

21-07-2021

As Terças com Morrie deveria ser um livro de leitura obrigatória.

Trata-se de um relato de um Sociólogo e professor, Morrie Schwartz, que sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica (E.L.A.) que reencontra um antigo aluno 20 anos depois, Mitch Albom - o autor.

Depois da descoberta da doença, os dois começam a reunir-se todas as terças-feiras para falar sobre a morte, sobre a vida, sobre tudo, e este caminho ajuda Mitch a encontrar-se como pessoa.

De terça-feira para terça-feira, acompanhamos a evolução da doença de Morrie e é impossível ficarmos indiferentes.

Uma das frases mais marcantes do livro no meu entender é: "Toda a gente sabe que vai morrer, mas ninguém acredita nisso." ... e esta é uma verdade absoluta...

Não vivemos como se tivéssemos essa certeza... Vivemos como se fossemos imortais e tivéssemos todo o tempo do mundo... Ninguém quer morrer, ninguém aceita que é esse efetivamente o nosso fim.

Mas a verdade é que é inevitável, e tocou-me especialmente quando Morrie diz a Mitch que apenas quer morrer em paz, e que não faria nada para mudar o seu destino, indicando que já viveu, que aproveitou o que conseguiu e que aceitou que o seu fim chegou.

Morrie é positivista, uma verdadeira força da natureza que mesmo às portas da morte consegue sorrir e agradecer a vida que tem e teve.

Morrie sabia que não tinha cura mas a forma como assumiu essa inevitabilidade é realmente incrível. Nunca se vitimizou - dizia que só se permitia vitimizar um pouco de manhã quando acordava e sabia que já não podia dançar ou correr - mas que era o máximo que se permita.

Mais do que um relato de morte é uma fonte de descoberta pessoal e psicossocial. O livro é feito de diálogos, de constantes ponderações sobre a vida, que nos incitam a pensar na nossa própria existência.

Parece um livro muito triste - e na verdade é - mas Morrie tinha um sentido de humor incrível e vê sempre para além do óbvio, o que faz com que o livro seja um tributo à esperança e à paz.

Fez-me questionar muita coisa e tenho a certeza que terá o mesmo impacto em todos os que o lerem...

Violeta Liberato