Coisas para deitar fora

18-08-2021

Ao longo da nossa vida vamos colecionando objectos. Uns adquiridos, outros oferecidos e outros ainda encontrados por aí.

Temos um impulso cego de criar laços com as coisas, tornando-se de alguma forma estes objectos parte das nossas identidades materiais. Mesmo inanimadas estas coisas causam-nos emoções e sentimos alguma gratificação com a sua posse (1).

Armazenamos roupas, livros, fotografias, moedas, selos, medalhas, taças, relógios, fios, pulseiras, biblots e toda a ordem, uns talvez por necessidade ou precaução, outros por gosto e estima porque nos recordam momentos importantes da nossa vida.

Porém, quando chegamos a uma certa idade perguntamo-nos para que serve tudo isso?

Em particular estou a pensar em livros técnicos e enciclopédias (que entretanto se desactualizaram), artigos marcantes que colecionei em inúmeras pastas, resumos temáticos que elaborei, artigos que publiquei, álbuns de fotos sem fim.

O que fazer a estas coisas ?

Gostava de as doar a quem delas possa ainda tirar algum proveito. De facto, para além do valor estimativo de determinado objecto, a única forma de sublimar este sentimento de perda é o consolo de saber que pode ainda ser útil ou apreciado por alguém.

Identificados os "dispensáveis", procurei a quem os dar junto de amigos e na internet, mas não foi fácil. O processo de recolha de doações deste tipo parece-me pouco desenvolvido e, regra geral, tem uma logística complicada e encargos muito elevados com o transporte. Se pretende doar alguma coisa, considere: (2)

  • Bibliotecas municipais
  • Bibliotecas escolares
  • Hospitais
  • Lares de idosos
  • Casas de correção para jovens
  • Orfanatos
  • Estabelecimentos prisionais
  • Lojas solidárias
  • Alfarrabistas
  • Clubes de tertúlia literária
  • Instituições de solidariedade social

Eu encontrei a solução para o meu caso na Biblioteca Municipal de Oeiras.

E você ? já fez o seu exercício de "adelgaçamento material" ?

Vá lá!...Decida-se!...

Lagos, 02 de Agosto de 2021

José Aleixo Dias

Referências:

· - William James - Principles of Psycology citado por Kiya Tong em: Tudo o que não vemos; Edições Lua de Papel, 2020;.

· - Doar livros: como, onde e a quem (e-konomista.pt); Consultado a 01-08-2021.