Lurdes Duarte

NATAL

Fim… Não se sabe donde sopra o vento…
As terras e o mar olham com espanto
a extensão afogada em desencanto,
em falsa verdade, em legal tormento.

Houve, dizem, em tempos um momento…,
Deves saber, de sacrifício santo…
se houve… nós fizemos do teu manto
o inverno deste nosso pensamento.

Sim… Procura ter dentro da bondade
um sentimento de oportunidade
e vê na lama… a cor azul que é linda…

E vê que nunca a noite foi tamanha…,
nem houve tantos, em torno da montanha,
olhando o céu, esperando a tua vinda…

Jorge de Sena
24/12/1938