Feira de Natal Solidária     Hélia Jorge

25-11-2025

Feira de Natal Solidária
"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce"

Depois do rescaldo da Festa e com o coração cheio é altura de falar deste projeto.

A ideia de fazer um dia de voluntariado andava já nas nossas mentes há uns anos.

Por uma razão, ou por outra, talvez mesmo porque ainda não parámos, porque há sempre novas ideias a germinar, esta ideia foi sendo sempre adiada.

Mas este ano surgiu com uma nova forma, a de organizarmos uma Feira de Natal Solidária. O objetivo era ajudar uma instituição de solidariedade social, neste caso a Associação Crescer, e teria lugar no espaço onde realizámos o nosso jantar comemorativo do 4º aniversário.

Queríamos que fosse um Desafio, que cada membro, que quisesse colaborar, desse um pouco de si, que tirasse o seu talento da gaveta, que desse, sobretudo, o que de melhor temos para dar: o nosso tempo.

A ideia tinha tudo para dar certo, ajudaríamos a Crescer, dávamos asas aos vários talentos dos nossos membros, e seria um dia de convívio entre todos, uma grande oportunidade de pessoas que nunca se viram ou apenas se viram "aos quadradinhos", por zoom, poderem dar aquele abraço gostoso.

Mas nenhuma ideia floresce se não houver um grupo de carolas que se anima e que, com entusiasmo e determinação, lhe dá vida.

Foi o que aconteceu, com este grupo de 9 pessoas que, desde o início, se juntou para levar este barco a bom porto.

A experiência coletiva neste tipo de eventos era muito próxima do zero, os detalhes a ter em conta muitos e todos sabemos que "o diabo está nos detalhes".

Como comunicar com os nossos membros e incentivá-los para que colaborassem? Pelo e-mail geral, pelo whastapp geral, pelos grupos de whastapp das várias comunidades? E com que frequência? Não demais para não cansar, nem de menos para não esquecer.

E a comunicação externa? Pela nossa página de facebook, de linkedin e na newsletter? Pela newsletter da Crescer? Nós queríamos mais, queríamos chegar mais longe. Será que conseguíamos um "furo" na rádio ou na televisão? Os impossíveis acontecem quando queremos muito e, no dia 3 de Novembro, lá estávamos nós no programa "A Nossa Tarde "com a Tânia Ribas de Oliveira", a falar da nossa feira, a falar da Transições.

E a animação? Queríamos ter um espaço para crianças e um momento musical e logo surgiram as nossas contadoras de histórias e a Banda RNR, tudo "prata da casa". 

Começaram a chegar as doações, muitas e variadas. Como catalogar o que íamos recebendo? Como lhes dar um preço? Como fazer a triagem? Foram outros dos desafios destes organizadores de feira, juniores.

A tarefa era grande, por isso, desde cedo nos dividimos por "pelouros": uns tratavam da banca do Natal, outros das roupas, da bijuteria, dos livros, dos brinquedos…

O entusiasmo das pessoas foi grande e já íamos em 2300 artigos catalogados, mais uns quantos que sabíamos sempre aparecem à última hora.

Como íamos etiquetar tanto artigo? Um a um seria impossível! E como cobrar? Era preciso gente numa caixa, talões de venda, inventários a que íamos dando baixa. Sim foi um projeto hercúleo só conseguido pela generosidade de muitos.

Quero agradecer, em primeiro lugar, aos meus colegas organizadores: Ana Paula Melo, Ângela Alves, António Vaz, Conceição Cordeiro, Cristina Semião, Jorge Gonçalves da Silva, Rosário Duque e Regina Miranda, vocês foram inexcedíveis.

Depois, agradecer a todos os que de alguma forma colaboraram, doando ou criando artigos, ajudando na montagem e na desmontagem, estando presentes nas bancas, divulgando pela sua família e amigos, pelas suas redes. Muitos dos colaboradores foram pessoas que entraram na Transições há poucas semanas, que ainda nem vieram às sessões de boas-vindas, mas que quiseram, desde logo, associar-se.

E finalmente dar conta do resultado: A receita desta feira foi mais de 3300 euros, com menos de metade dos produtos vendidos. Tudo o que sobrou foi doado. A roupa ficou na Crescer e o restante foi doado a outras instituições de solidariedade, com que os nossos membros colaboram: Refood Cascais (CPR), Dona Ajuda, no Rato, Ajuda de Berço e Associação da Igreja do Grilo, em Setúbal.

Não posso deixar de fazer um último comentário. Esta feira, como tudo o que fazemos, não foi conseguida porque somos pessoas extraordinárias. Foi conseguida porque somos pessoas normais que, movidas por um objetivo comum, de dar sentido à vida, se animam e juntas fazem coisas extraordinárias.

Fica a promessa de que, para o ano, vai haver mais.

Contamos consigo, conte connosco.

Hélia Jorge
25 de Novembro de 2025