Conheces os teus medos?

08-10-2025

Falar sobre o medo nem sempre é fácil. Muitas vezes escondemo-lo, encolhemos os ombros e seguimos em frente, como se ignorá-lo fosse suficiente para o silenciar. Mas o medo tem sempre algo a dizer-nos: aponta necessidades não atendidas, sinaliza ameaças, revela histórias que ainda não contamos a nós próprios.

A psicóloga Kátia Almeida criou 53 perguntas para conversas com o medo – um convite para olharmos de frente aquilo que mais nos inquieta. Perguntas que nos ajudam a reconhecer os nossos medos, a compreender o que os alimenta e, sobretudo, a imaginar a vida que poderia existir para lá deles.

E agora o desafio é para si:
👉 Pegue num caderno e, ao longo dos próximos dias, responde a estas perguntas. Uma por dia, duas se quiser acelerar o processo. Mais importante do que a rapidez é a honestidade com que mergulha em cada resposta.

Como a Kátia nos lembra, "as melhores coisas da vida estão do outro lado do medo".

Está disposto(a) a começar esta conversa com o seu medo?

Aqui estão as perguntas:

  1. Quais são os 3-7 medos mais importantes na minha vida neste momento?
  2. Qual o medo mais importante? (aquele que mais impacto tem na forma como vivo a minha vida)
  3. Numa escala de 1-10, qual o grau de intensidade desse medo?
  4. Há quanto tempo este medo representa esse grau de intensidade na minha vida?
  5. O que é que este medo me quer dizer?
  6. Qual a ameaça que este medo sinaliza?
  7. Qual a função deste medo?
  8. Qual a necessidade não satisfeita para a qual este medo me alerta?
  9. O que faz despoletar este medo?
  10. O que é que o mantém?
  11. É um medo aprendido, "emprestado" ou "herdado"?
  12. Qual a história da minha aprendizagem deste medo?
  13. Qual a história que continuo a contar a mim próprio, vezes e vezes sem conta relacionada com esse medo?
  14. O que me faz manter este medo vivo?
  15. Quais as circunstâncias que alterei na minha vida para acomodar este medo?
  16. Quais são as funções que este medo cumpre na minha vida?
  17. Quais os momentos da minha vida em que este medo é ativado?
  18. Quais os gatilhos que ativam esse medo, nesses momentos?
  19. Que crenças alimentam e mantêm este medo?
  20. Quais são as outras emoções intensas e difíceis de gerir que geralmente surgem quando sinto este medo?
  21. Se para além do medo, quisesse identificar uma emoção central na minha vida, qual seria?
  22. Como é que lido com o desconforto provocado pelo medo e outras emoções sentidas como desagradáveis?
  23. O que já fiz para aprender a lidar com esse desconforto?
  24. O que faço habitualmente para lidar com esse desconforto?
  25. O que perco se deixar de sentir este medo?
  26. E o que ganho de deixar de sentir esse medo?
  27. Quais são os pensamentos que tenho alimentado sobre este medo e que já não me servem?
  28. O que aprendi sobre este medo que me permite pensar de forma diferente? (inspire-se na conversa que está a ter com o seu medo)
  29. Quais as crenças limitadoras que alimentam este medo?
  30. E as crenças empoderadoras?
  31. Que crenças construtivas alternativas posso desenvolver?
  32. Quais são os gatilhos – as desculpas que continuo a alimentar - para não mudar nada?
  33. Quero manter este medo ou viver para além dele?
  34. Porquê?
  35. Como seria a minha vida sem este medo?
  36. Como vai ser a minha vida, se continuar a alimentar este medo?
  37. O que preciso mudar na minha vida para deixar de sentir este medo? (identificar apenas coisas que dependem de si)
  38. Quais as consequências para a minha vida se escolher não fazer nada?
  39. Quais as consequências para as pessoas importantes para mim, se escolher não fazer nada?
  40. Quais as consequências para mim, se escolher não fazer nada?
  41. O que posso fazer já, que resulte num impacto positivo na forma como lido com o meu medo?
  42. Que ato de coragem (grande ou pequeno) posso praticar todos os dias para libertar este medo?
  43. O que seria um passo de gigante para desbravar esse medo?
  44. O que seria necessário fazer para dar esse passo de gigante?
  45. E o que seria necessário deixar de fazer?
  46. O que seria um passo de formiga para desbravar esse medo?
  47. O que tenho verdadeiramente medo de perder se desbravar esse medo?
  48. E o que posso ganhar?
  49. Quais são as desculpas que continuo a reforçar para manter o meu medo, mesmo depois de responder a todas as perguntas?
  50. Como seria a minha vida, se aprendesse a lidar com o desconforto que este medo me causa?
  51. O que estaria a fazer agora, se já tivesse desbravado esse medo?
  52. E o que não voltaria a fazer?
  53. Numa escala de 1-10, o que estou verdadeiramente disposto a fazer para desbravar o meu medo?

Ana Paula Melo
Outubro 2025