Conversas Soltas - Hélia Jorge

Hélia — a força da Transições
Há vidas que se medem em anos. A da Hélia mede-se em sementes lançadas ao vento.
Foi menina de infância livre, entre árvores, jogos inventados e tardes que só terminavam quando a luz já se escondia. Cresceu com o riso solto e a coragem serena de quem aprende cedo que a vida é descoberta.
Lisboa trouxe-lhe mapas, ruas novas e a aventura do conhecimento. Da matemática à informática, construiu uma carreira sólida, fez-se líder, abriu caminho numa multinacional que a viu crescer e transformar-se. Mas, quando outros diriam "ainda é cedo", a Hélia soube dizer "é agora".
Escolheu reinventar-se. Escolheu trocar o peso do título pela leveza do tempo. E descobriu que a segunda vida não começa na reforma: começa no instante em que se decide viver de novo.
Entre livros devorados e viagens sonhadas, entre o yoga e o Alentejo que a adotou, a Hélia encontrou a criatividade das mãos. E foi assim que nasceram sabonetes, bonecas, jogos reinventados — pequenos mundos que encantam quem os recebe.
E porque nada nela se limita ao seu próprio caminho, criou espaço para que outros também se reinventassem. Assim juntou-se á Transições: um lugar onde cada pessoa pode despertar, descobrir-se, pintar, escrever, partilhar, encontrar-se. Um lugar onde a energia da Hélia se sente em cada gesto, em cada palavra de acolhimento, em cada convite à vida plena.
A Hélia é inquieta e serena, ativa e contemplativa. Move-se pelo desejo de aprender sempre, de criar sempre, de viver sempre. Não aceita a pausa como vazio — para ela, parar é apenas outra forma de pensar.
Hoje temos a conversa com ela, essa alegria
contagiante, essa amiga que inspira. Oiça o podcast aqui
Ana Paula Melo
Setembro de 2025