Teremos cortado a meta?

Ao longo do meu percurso laboral, algumas vezes me vi envolvido em júris de admissão de novos candidatos. Uma pergunta relativamente frequente dirigida ao potencial recruta era, onde ele se perspectivava na organização passados 3 ou 5 anos.

Quando se atinge a idade da aposentação, parece que finalmente cortámos a meta, que atingimos o nosso objectivo e que, de agora em diante, é só cuidar da vidinha e desfrutar daquilo que sempre desejámos fazer um dia, mas para o qual não tínhamos tempo.

Será?

Apesar de tudo isso poder ser verdade, existem opções a fazer, objectivos a definir, prioridades e oportunidades a considerar.

Não nos vemos livres da necessidade de algum planeamento e organização relativamente ao que vamos fazer, como fazer e com quem fazer.

As decisões de curto prazo poderão ser mais ou menos óbvias, de tão pensadas e esperadas.

Já quanto às de médio e longo prazo (claro que estou a pensar em longo prazo, porque não?...), a clareza pode ser menor, devido aos factores aleatórios passíveis de modificar tudo o que se almeja realizar. Ainda assim, julgo que vale a pena planear.

Afinal fomos treinados para isso, e a prática não desaparece por magia.

Depois, este Mundo em que vivemos é incerto, pelo que, haverá sempre necessidade de ajustes ao que se estruturou.

Mas, isso não invalida que se definam e calendarizem actividades, que se organizem grupos de interesses, que se partilhem conhecimentos, que se divulguem investigações pessoais e que se comunguem pequenos segredos.

Se não, vão ficar para quem?

Organize-se e desfrute.

Se tiver alguma dúvida na escolha, já sabe,... opte pelo mais gostoso!

José Aleixo Dias(1)

(1) O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico