Misericórdia

12-12-2022

Este é o livro mais recente escrito por Lidia Jorge.

No resumo do livro diz-se:

"A história que a mãe de Lídia Jorge lhe pediu que escrevesse.

Misericórdia é um dos livros mais audaciosos da literatura portuguesa dos últimos tempos. Como a autora consegue que ele seja ao mesmo tempo brutal e esperançoso, irónico e amável, misto de choro e riso, é uma verdadeira proeza.

Não são necessárias muitas palavras para apresentá-lo - o diário do último ano de vida de uma mulher incorpora no seu relato o fulgor das existências cruzadas num ambiente concentracionário, e transforma-se no testemunho admirável da condição humana.

Isso acontece porque o milagre da literatura está presente.

Nos tempos que correm, depois do enfrentamento global de provas tão decisivas para a Humanidade, esperávamos por um livro assim. Lídia Jorge escreveu-o."

Não sei como classificar este livro, ele é simultaneamente um diário, uma biografia mas também um romance e um manifesto. É um livro onde se procura expor uma realidade, uma forma de diálogo com a sociedade do nosso tempo, sem denúncia ou critica mas apenas a mostrando a vida...

A autora disse numa entrevista:

"Escrevi este livro sob o eco da voz da minha mãe. Parece que acontece assim, há muitos escritores que quando a mãe ou o pai partem fazem uma espécie de incursão num outro registo, e acabam por falar de uma coisa muito mais íntima de que até aí nunca tinham falado. Há uma espécie de tremor de terra que acontece, que abala não só o que se pensa sobre a própria pessoa, mas sobre o mundo, sobre as relações humanas profundas. E a minha mãe fez-me esse desafio, e eu tomei a peito tentando reconstituir a voz interior dela."

E nós sentimos ao lê-lo que vivemos dentro do Hotel Paraíso a vida não só da Dona Alberti mas de todas as pessoas que compõem aquele mundo.

O Cardeal Tolentino Mendonça, disse na apresentação do livro: " Misericórdia é um "extraordinário romance" que nos devolve a "condição humana" e nos leva a uma "meditação sobre o que se vive até ao fim". E tendo em conta a perda de valor social que os velhos têm na nossa sociedade, "dedicar um romance à 'misericórdia' é um ato de insubmissão e coragem cívica".

Vale a pena ler!

Ana Paula Melo