Mergulhar - Comer - Descansar

12-07-2023


Estar no fundo do mar a mergulhar, rodeado de água, peixes, corais, é como estar a flutuar no espaço é uma sensação de tranquilidade e um momento de beleza e felicidade.

A melhor forma de desfrutar é numa viagem "live a board" onde durante 7 dias, 3 ou 4 vezes por dia se repete a cadência Mergulhar - Comer -Descansar.

Todas as viagens começam muito antes do seu início oficial, quando planeamos e sonhamos esses momentos. Um fantástico aeroporto em Istambul é a paragem antes de aterrarmos em Hurgada, no Egipto onde embarcamos num barco para cerca de 30 pessoas que parte pela manhã rumo ao norte do Mar Vermelho. Vamos estar num mar rodeado de terras de que estamos habituados a ouvir nos noticiários pelas suas guerras, só que agora estamos mesmo lá. Aliás, em tempos de guerra no médio oriente há promoções optimas para estas viagens :-).

Nesse barco vamos viver durante uma semana, na companhia de amigos com o mesmo gosto por mergulho e vamos navegando de spot em spot para mergulharmos nestas águas cheias de corais e peixes coloridos e onde podemos encontrar navios afundados a 30 m de profundidade da época da 2. grande guerra. Navios que mantém a sua história, alguns com os carros e as motos que transportavam ainda inteiros e que ficam rodeados de vida.

A cadência começa às 5 ou 6 da manhã e, 10 min depois de despertar, escutamos o briefing do 1. mergulho do dia. 1 hora depois estamos de volta cheios de recordações coloridas na câmara fotográfica mas principalmente na nossa mente. Comemos no barco, descansamos, conversamos, conhecemos novos amigos ou conhecemos melhor os actuais porque aqui temos tempo e não há pressa. Repetimos com gosto mais de 20 vezes algumas à noite, onde a vida marinha muda, os peixes dormem nas rochas, outros saem para ir à caça. À noite a nossa atenção foca-se onde as lanternas iluminam e damos mais atenção aos detalhes. Por vezes, não podemos iluminar os peixes porque outros aguardam esse momento para os atacar. As tartarugas deixam de respirar por horas reduzindo o ritmo cardíaco a 3 ppm e não as podemos acordar para não terem um ataque cardíaco.

Tudo menos monotonia, apesar da repetição, e memórias para sempre de momentos que nem todos têm a oportunidade de viver.

João Gonçalves