Concha Balcão Reis
Como sucede com as melhores coisas da vida, foi por um mero acaso que descobri a Transições – quando ainda estávamos a desconfinar mas já tínhamos aprendido a reunir e a conviver aos quadradinhos e a aventurar-nos por novos horizontes virtuais: quis um qualquer algoritmo que eu tropeçasse neste grupo informal de gente que nem queriam ser (e muito bem!) uma associação no Facebook (embora hoje já pareça estranho, então ainda era a rede de conexão principal para cotas da minha idade).
A ideia da Teresa Marques pareceu-me genial – e a adesão que teve, e que ela mesma diz que a surpreendeu, demonstra bem que veio dar uma resposta possível a uma questão que muitos tinham por responder ainda que o não soubessem – a mesma que ela mesma nos formulou no zoom introdutório e de apresentação:
"Quem sou eu, como me apresento, se não puder referir nem qualquer laço de parentesco nem a minha profissão?"
Mesmo sem qualquer reforma no horizonte, por circunstâncias próprias, entendo que a todos os boomers se colocam hoje questões que, pela sua incerteza e ausência de prévia experiência histórica e de um caminho já trilhado, na verdade, não são muito diferentes das que se colocam aos millenials e Z. Juntei-me à Transições esperando encontrar quem, como eu, procure não necessariamente respostas ou soluções, mas um debate sobre os desafios de uma nova fase de vida a que já alguém chamou de encore adulthood .
E por aqui estou, com
muito gosto, mesmo se com fraca assiduidade às diversas atividades.
Concha Balcão Reis
25 de Março de 2024